quarta-feira, 22 de outubro de 2014
de nada valho
agora nada valho. tudo custo a quem dou sustento. e parcos são estes bolsos. que mãos doridas cozem no alinhavo dos dias.
e é a brandura que me aquece o peito, (falte o sol nas manhãs, cisque o vento nas janelas,) que te alumia os olhos, ainda.
do pouco que de mim fazem sei que te sou muito quando me pedes encosto. na friura das noites. ainda que altas vozes entoem o verão lá fora, é em mim que acendes a primavera. e te fazes rapaz. outra vez.
quando eu me for. quero silêncio. porque as palavras, essas sim, digo-te eu, de nada valem.
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