se a roupa nos faz abrigo do que somos.
ou apenas máscara diária
de quanto cobrimos
por nada querermos mostrar
se tudo julgarmos ausente
de nós. de tudo pensarmos
perdido.
é pensamento que não se atravessa
no caminho cheio e todas as coisas
a encher vazios
de que já nem damos conta.
só os da dores arreganhadas
na boca do estômago
ou no gêlo que tolhem os dedos
encarquilhados onde nada chega,
pedem aconchego de olhos postos
no chão. feitos de vergonha.
e um dia o espanto
mostra-nos a cara de sermos outros
e não queremos voltar a ser os mesmos.
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