segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ontem


ontem, deitaste-te a meu lado.
deixei que o fizesses. abri-te mesmo o espaço que guardo nas tuas ausências.
aconchegaste-te de mansinho.
há quanto tempo não voltavas?

que tudo estava diferente e mesmo assim familiar. vagueaste, percorrendo-me como se me procurassesde novo.
deixaste que a luz que entrava no quarto me iluminasse o rosto. de joelhos, a meu lado, olhaste-me longamente.
brilhavam duas estrelas  no teu rosto que recordo, igual. nem mais uma ruga, nem mais brancas.
aparo-te uma estrela e atrevo-me a guardá-la. sinto-te a barba por desfazer.

levantaste-te e foste-te embora. não sem antes me dizeres que gostavas das mudanças em casa.
da janela, vi-te partir. na minha cama nem vestígios da tua presença. só no meu olhar o brilho da estrela que de ti guardei.

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