Ele chega sempre todas as manhãs. Entra sem licença pelas janelas abertas como se conhecesse já todos os caminhos. Lambe o silêncio de mansinho e aquece o frio que a noite deixou ficar. E nem assim tudo recomeça.
Ela continua à espera que dentro de si aquela escuridão se ausente. Numa viagem sem retorno. Tenta abrir os braços que lhe caem pesados. Com a luz ali tão perto. Bastava-lhe um abraço e todo aquele torpor desapareceria. Um abraço daquele sol que lhe promete uma vida a renascer.
Já passou o Inverno, outro. E ainda há chuva no seu olhar.
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