sábado, 29 de junho de 2013
papoilas
eu sei que são frágeis, as papoilas. mas enchem-me os olhos.como as meninas que fazia delas de vestidos brilhantes no avesso das pétalas que atava com caules fininhos doutras plantas. braços de marionetes sempre abertos para um mundo que inventava logo a seguir. nos meus tempos de mais menina, ainda. e perdia-me nos campos em que o vermelho me chamava perdido noutras cores onde o destino nascia dum bem dizer em pétalas que caiam nos meus pés descalços. porque a terra sempre me soube bem. e deitar-me ao rebolão na erva que se agarrava ao corpo e me deixava o cheiro que só a chuva em tempo quente sabe como é.
acreditava em tempos que era nas papoilas que corria o sangue desta terra onde me cresceram raízes. acho ainda que estava certa.
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