domingo, 11 de agosto de 2013
amanhã
amanhã. amanhã dou-te as mãos. hoje recolho-me aqui. neste espaço que tão bem conheces. de onde partiste e sempre ficaste. afinal. nunca se sai de onde não se quer. mesmo que o corpo se ausente. doendo. e se façam migalhas a cruzar caminhos para não perder a volta que queremos dar. de pés moídos de tanto cansaço.
também eu gemo das saudades colhidas pelas ausências que choveram aqui. todos os dias. na espera ritmada de melhores tempos. da minha mão na tua. como dantes.
e agora, peço-te um tempo de espera. porque me sinto morrer. e não quero os teus lábios nesta pele seca por não a habitares. deixa que me afunde na miséria de não te ter. por mais um dia.
amanhã. amanhã dou-te as mãos. prenhes da tua sede. cheias da minha vontade. de ti.
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