terça-feira, 27 de agosto de 2013

fogo


(fotografia de  Rafael Marchante/Reuters)
porque só podem ser atalhos os caminhos que cortam as mãos. e a vida se perde onde o caminho se esgota. perdido de sinais. alheios a quem os sabe de tanto se ausentar. e as vozes emudecem onde o grito se cansou dos vazios.

cobrem-se de cinzas os corpos. na lama parda dos rios que agora inundam os rostos. de nada poderem fazer.

não se pedem promessas. nem se erguem os braços ao céu. os machados gritam a revolta. onde a impunidade faz das chamas, trono. um inferno cavado num virar de costas. e um baixar de olhos. sem perdão.

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