terça-feira, 9 de outubro de 2012

talvez


talvez
eu me devesse acrescentar
ao que já foi
e não ser agora a vez primeira
das ancestrais manhãs.

talvez,
abrir os olhos das auroras ,
que parecendo iguais,
trazem a estrear surpresas
que se abrem no presente
de mãos arregaladas,
onde mergulharam todas as histórias
a transbordar.
ser ao mesmo tempo,
o tempo todo.
mesmo que ainda a germinar.

talvez
devesse ter a altura
que as pernas me dão
e, cá de cima, falar alto,
as coisas que a voz guarda
no meu peito
porque ainda não aprenderam a voar.

e esquecer que me apetece,
debulhar a carícia do sorriso que não sei.
enroscar na nuvem que sabe a algodão doce
em dias estranhos.
ou mesmo até,
esquecer , por um dia só,
que na minha cabeça há um mar revolto,
onde, ondas crescem
em desvario,
quando do céu, cai a água que lhe apetece.
esquecer de rir no colo das manhãs,
de fazer do bocejo, o espanto
e de me  perder em todas
as esquinas, onde a luz se faz, do brilho
dos meus olhos.

talvez...

mas, onde iria o que faltava
de mim?

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