terça-feira, 17 de setembro de 2013
partir
ainda me correm nas veias as memórias. e pelos olhos
julgo ver as paisagens como dantes. mesmo
que do velho reboco sobrem sombras do que foi. as palavras
são outras. que não conheço. têem nomes
a que não respondo e me abrem o espanto que me resta.
na intacta vontade de querer mais.
do pouco que tenho para andar.
preso no tempo que contado está. como se fosse esmola
e muito fosse. nestas paredes que não quis e onde
me puseram, como condenado e nenhum crime fiz
senão fosse o mal que me tolhe a vida. no vagar
que me cobre os dias. que tão longos são por não ser
de onde quero.
estar em lugares onde as mãos se cruzam e as palavras
me sabem como se nada mais precisasse
senão respirar. nas pernas direitas e nos braços ligeiros
a crochetar afagos por onde me entrego. como se partir fosse
ainda cedo e fosse a sorrir sem o perceber que
acontecesse.
queria.
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