quinta-feira, 17 de maio de 2012

havia um tricotar...



havia um tricotar de esperas na agulha dos dias pousada no regaço das cadeiras naquela mesma hora. um ritual sem pressas a abrigar os corpos que olhavam a cidade. e os olhos de paixão.
as mãos que se cruzavam no entrelaçar dos dedos e um arrepio terno a soprar-nos ao ouvido. lisboa que a espreitar, nos pisca o olho e deixa sós.
todas as palavras poisadas no intervalo que fizemos de nós, crescem como papoilas nos gestos que agora soltamos. e rimos. de tudo.
este desabotoar de memórias que asfixiava apertado sem te ver sorrir, pedia o rio tejo e estas colinas, sim. pedia que deixasse nos teus lábios a frescura dos meus. agora saciados de te dizer o que guardava neste peito amarrotado. de tanta coisa e tão pequena ser.

não sei se volto, nem se quero voltar. a ti. lisboa ter-me-á sempre na vontade de regressar. aqui.

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