sábado, 16 de março de 2013
as palavras
fe li na men te reclinou-se e nada disse. afinal todas as palavras estavam já ditas. não havia boca, agora, calada que não as tivesse pensado. e tivesse nelas banhado a língua. nesse lago parado a olhar um céu pasmado no silêncio bafiento das coisas mortas.
mas,
há sempre um terceiro dia, uma terceira vez, um número mágico, que seja o três.
e na secura desamarrada de tanto ter e nada dizer, solta-se o eco da voz que a palavra fala. e faz-se o verbo na boca das mãos.
as palavras, são para se fazerem.
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