escolhi uma tarde, assim ao acaso. na caixa dos dias que me trazia o
tempo. e desembrulhei-a nas tuas mãos abertas, ainda que pequenas. foram
os teus olhos plenos da luz a sobrar-te de quanto viras que desenharam
ruas cobertas dum céu a lamber algodão doce.
na memória inocente dos teus beijos lembrei-me das sedes que me secaram os lábios e toldaram as palavras que não te disse.
porque tantas vezes morri por te ver aqui. ali, onde quer que fosse. e outras tantas vivi para te
olhar as mãos. por um momento. mesmo que não as abrisses e te tocasse.
incrédula de a ti me sobrares em tardes assim. onde tudo me falta.
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