quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A nossa casa


Cheguei.Chegaste.

Para trás, ficaram as esperas.
Acabou-se a viagem.

E cruzamos ao mesmo tempo a porta da nossa casa. Lado a lado, mão na mão.
Decoramo-la agora com as palavras carregadas das paisagens de tanta coisa para contar. Um bocado cada dia.

Há um sol no teu sorriso que incendeia as manhãs mesmo quando tu não estás. E recolho-o nas memórias de quem conhece as ausências.

Abro portas e janelas deixando-te ainda vadiar. Também eu o faço.
Porque me sabem tão bem os regressos no teu abraço.

Tinha no meu o teu corpo moldado. E é sempre de novo que me sabes.

(Enlaças-me e dou-me porque te quero. Sem pudor. E fico sem jeito porque de repente há tudo para aprender. Os gestos vacilam desajustados à velocidade do desejo que sempre te tive ainda sem te ter.)

Há casas que se constroem sem gente dentro, mas cheias de gente.

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