quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

nego



nego meus braços pendidos, a roçar o chão. meus olhos não calam o que a boca não diz e rego este espelho a mirar-me de raiva. crescem rios sem margens onde afundo meus pés.
na raiz de ser gente e na força que sonha quem ainda não apagou as memórias antigas, há gestos que sobem e são da altura do tempo de agir.
faço dos braços a coragem e desta voz a palavra. neste mar de tempestades sou a onda da revolta. ninguém cala esta bravura que carrego no meu peito.
filha da dor, em almas rasgadas por mãos que roubaram o que resgato, inteiro.

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