faz
com que não me esqueça
de tudo te dizer
nesse precipício de tanto
a correr
que de mim e das coisas
brota em desalinho.
faz!
não deixes que cale
em silêncios tontos
os pássaros que migram
deste corpo que habitas
no inverno tardio
em ninhos vazios.
emparelha a jeito
a palavra na corda bamba da voz
que entrelaço nos teus dedos
e deixa que ta cante baixinho
ao colo do teu ouvido.
como se segredo fosse
e no entanto
gritar pudesses.
um grito vincado no peito
feito nome
do que somos.
dedilhar-te quanto de mim sei
e de ti sinto.
faz, meu amor. faz com que não me esqueça!
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