naquele tempo, lembras-te? procurávamos os sítios esquecidos
e caçávamos fantasmas debaixo das sombras
que o sol abandonava nos mais perfeitos recantos.
espiávamos sem pudor as palavras escritas,
mensagens de amantes em colchões improvisados
entre os despojos
de vidas apodrecidas ao cair da pele.
não nos importavam as histórias nem as queríamos imaginar
e nos palcos improvisados a que subíamos não se ouvia
o público de antes.
éramos só nós dois. e o vazio para lá de nós.
as janelas de vidros partidos e uma escada que não levava
a lado nenhum.
não imaginámos nessa altura que vivíamos o futuro das nossas vidas.
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