terça-feira, 12 de junho de 2012

a cidade


a cidade tinha esta lonjura a inventar o mar da minha terra
em aço armado onde nos vidros se mirava o céu
a espreitar-nos, gente pequena.
e os sonhos não tinham muros, nem os telhados, altura
para o que crescia na distância do que pedira
para nós.

chegara o tempo de fazermos da cidade a seara
e deixar os rios afogar a sede
da flor enterrada pelo peso de quem
a calcou.

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