domingo, 8 de janeiro de 2012

ficou ali

ficou ali.
distante, estátua feita de pé
a olhar o mar como se mais nada houvesse.
um tempo parado na ausência
de si.

respirava a compasso da dança
ritmada
das ondas. e só.

era a batida
forte
que o despertava.

mas voltava.

ao mar.
onde queria ficar.
perdido no embalo sem rumo
de andar.

(da terra, as raízes alguém lhas
cortou
e um homem sem pés
não sabe
caminhar)

foi a quinta onda
que o levou
viram-lhe barbatanas
a crescer
e juram até que acenou
um adeus

que fez a onda
rugir

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