sexta-feira, 7 de outubro de 2011
O mar
Nem sempre longe é distante e perto fica junto.
Recita baixinho como se a prece fosse cantilena ensaiada e repetida até não saber doutras.
Faz dos passos um ritmo e das ondas o compasso.
Das mãos uma concha. Da concha, um cofre.
Mergulha-as na primeira vaga de espuma que lhe abraça os pés.
Sobe-lhe o frio que nasce no fundo daquele mar nascido no Norte. Estremece.
São mãos vazias, as que agora traz. Lambidas pelo sal, de espuma bordadas.
Uma prece, ao longe, levanta-lhe os olhos.
Só lhe resta o mar.
Só.
O mar.
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