domingo, 9 de outubro de 2011
Post-it
Era aquela dor no pescoço que a despertava. e a puxava de novo até ali.
Não podia pairar nos dias. Deixá-los navegar sem rumo,desgovernados. Nada mais fazia que esperar pelo sono e pelos sonhos que não mandava vir. Abrir os olhos de novo e de novo quedar-se por nada. Vaguear.
E a dor de novo. Maldita dor!
O post-it escancarado que a Vida lhe espetava sem dó.
Ah! Pudesse deixar fechado em qualquer distante lugar tudo quanto não quer trazer consigo! Quer lá lembrar-se das saudades que sente, da falta que lhe fazem as conversas e os risos, da cadeira vazia que está ao seu lado?
Sobe-lhe uma agonia feita onda a crescer enrolada, já sem espaço. Não há peito que aguente um mar com tanta bravura.
É nas asas da primeira gaivota que prende o olhar. Vou contigo. Deixa-me voar!
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