quando voltas, já lá não estou. e marcas não deixei.
havia um lugar com o meu nome. mesmo sem o ter marcado. um lugar que ficava vazio quando eu não estava. e esperava por mim. quando todos estavam e o meu lugar permanecia vago, havia logo quem dissesse, ainda não veio toda a gente. falta alguém. e as conversas paravam à borda dos copos. só recomeçavam quando o meu lugar se ocupava. por mim. então soavam gargalhadas.
acabaram-se os dias e os lugares. com o meu nome. vieram outros nomes. os lugares não aumentaram. não podem. não devem. ficariam pequeninos para quem os ocupasse.
eu parti para outros lugares. por uns tempos deixei as janelas semicerradas. tanta luz fazia-me mal. os meus olhos precisavam só de mim.
são breves os espaços em que ainda te olho. breves os que ficam cruzados nos teus caminhos. tão breves que te escapam e me fogem. ilusão, apenas.
quando volto, já lá não estás e marcas não deixaste.
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