Não havia na manhã sinais de partida, nem de quaisquer despedidas.
Ela acordou da mesma maneira. Espreguiçou-se nos primeiros raios de sol que bateram nas janelas ainda a gemer lágrimas da noite.
O frio doera-lhe nos ossos. Na alma também. E os olhos de muita gente não se fecharam. Abertos a olhar o escuro. Sequiosos da luz que demorava.
E não vinha. Nunca vinha. Mesmo que a manhã se fizesse no alto do céu.
Como se fez, a espreguiçar-se.
Desta vez, contavam as pessoas que se despedia e nada o podia dizer.
Não havia sinais. E ninguém sabia de quê.
Os olhos que não se fechavam nas noites de nada ver, cansados, hesitavam em adormecer.
E se a despedida fosse a promessa do sonho albergado na alma encolhida pelo frio?
E se a noite fosse a casa, o calor, a luz, a resposta ao que não perguntaram, o fim que não pediram, mas a vida que não tendo pedido afinal, era vida e não o que tinham?
Há despedidas ansiadas assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário