quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ponto a ponto. a felicidade


deixou que a água corresse sem parar durante um tempo sem memória.
falou com as palavras que dentro de si murmuravam passado.
e sorria.
debaixo de chuva morna a pedido.
no corpo a mão enluvada passava espuma.
e o perfume encasulava na névoa deixando uma suave embriaguez.
amolecia.
cuidava do corpo sem rotina.
e sem razão.
só queria ali ficar.
depois os cremes.
antigos, de pouco uso.
a escova nos cabelos, vinte vezes.
nos dentes outras tantas.
sorria de novo.
nos pés, os chinelos.
a seguir o pijama acostumado ao corpo.

ninguém a esperava e não esperava ninguém.
era feliz na casa vazia.
cheia agora do seu perfume.

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