despir as molduras,
desatar os laços das cartas
já lidas
empilhar caixotes, roer
as memórias
engolir em seco
a lágrima do pó
no lábio gretado.
um beijo na escada
ao escuro, da noite
e o arrepio a subir o corpo
de espanto.
era uma vez
um canto perdido.
é assim que por dentro n(u)s
enfeitamos
nas vésperas de descerrarmos
as portas das despedidas.
do que não fomos nunca.
sozinhos
somos coisa nenhuma.
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