sábado, 19 de julho de 2014

a porta das despedidas

abriste-me a porta das despedidas.
no tempo tenro, ainda, de te saber.

e eram já muitas as histórias que me afloravam os lábios
à chamada do teu nome.
até aquelas que ninguém sabia
porque dentro de mim ficavam
nas vontades de acontecer.

foram as tuas mãos nos bolsos e o sorriso que não te vi
que ficaram na última fotografia.

era natal. pela última vez.

(agora quando jesus nasce, tu morres-me outra vez.
repetidamente.)

como se eu não tivesse crescido
e tu ficasses perdido num tempo de ausências
que não sei onde fica.

por muito tempo esperei pela noite.
esse quarto escuro onde sem medo voltavas para mim.
e era tudo mentira.
voltavas a sorrir e eu valsava de novo
com os meus pés sobre os teus.

agora
a par com a tua,
abriram-se outras despedidas

portas que ainda não sei fechar.