sábado, 9 de outubro de 2010

memória agridoce


 


recordo os cheiros.
alinhados
como  os dias 
no parapeito do tempo. 
as cores das estações a sucederem-se
com o gosto que ainda lhes
saboreio.
retrato da memória que
em mim
vive.
regresso a um tempo
agridoce que não se deixou
ficar.
vive para além de tudo isto.
 de mim, das coisas,
de ti.
uma compota
eterna
a deliciar-me os sentidos.
dissolvo-a

de

va

gar

a absorver
cada coisa
que agora deposito
com cuidado
num espaço a que chamo
meu.

afinal sou também feito do que já
fui.

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