sábado, 1 de junho de 2013

sou


sou uma rua larga de margens antigas. onde cabem as histórias de todas as vidas. nas janelas abertas sem medos cativos, penduram-se voos de pardais que guardo em ninhos nos velhos quintais. há uma criança inquieta carregada de porquês em cima dos muros bordados a malmequeres. (pétala sim, pétala não.) cinquenta palmos acima do chão. porque o longe é  o mais perto que lhe está à mão. e nesta largura que não me contem se ainda não me cobre esta terra que piso, é o céu que me enxerga que me pode chamar. faço-me pardal. digo adeus ao ninho. porque não sou  só rua eu sou, é caminho.

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