terça-feira, 3 de abril de 2012

o bilhete

a casa era
antes.
dum tempo de risos
de bolas de trapos
e berlindes em covas.
os dedos eram ágeis e as respostas
prontas.
os beijos fugazes
e os rubores cresciam
em lugares ocultos.
umas bocas calavam o que
outras diziam,
os sonhos pulavam e entardeciam.

há quem ainda guarde,
agora,
um bilhete dobrado.
tenha da morada a cor
e da memória, as palavras.
só a chave,

lhe falte.

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