sexta-feira, 25 de maio de 2012

quem eu inventei


para ali é o futuro, um dia que ainda não se descascou
fruta inteira de pé preso
na árvore que cresce nos dias a contar
no relógio que brinca de esconde-esconde
a correr atrás do sol depois da lua se deitar
a guardar os sonhos
e a prender os medos que te varreram
a cama onde te embalei
a tremura do beiço e te ajeitei
a manta para te afastar o frio
a pedir mimo no calor do teu pescoço
onde aninho a minha boca no beijo
que te faz rir.

ainda agora aqui  estamos, neste balanço adiado
neste dar de mãos dançado
que aprendemos a fazer.
para num salto te lançares na altura do desejo
da mordida na maçã
para lhe arrancar a semente
fazer o pomar crescer e ser quem eu inventei.

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