sábado, 23 de junho de 2012

mesmo


mesmo que não haja pão
e o azeite não pingue
na sardinha que o mar
abandona na rede que hoje, zé, deitaste
ao mar, não falta a água
que nos meus olhos, vês
e rejeitas no aceno ébrio
do copo vazio
calado na música de arraiais
que nada sabem de nós.

há cheiros que cabem numa mão
e dores
que açambarcam uma vida.
ladras, soltas, dentro de nós.

cala-me, zé, esta raiva. mesmo que
na dor de te ver contente.

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