terça-feira, 12 de abril de 2011

Tantas vezes

Tantas vezes falamos por falar, dizemos por dizer. Somos autómatos, mesmo a sentir. Na pressa duma vida que afinal deixamos fugir, esquecemo-nos de nós na trivialidade das coisas ditas de cor. Assim sem as ouvirmos, sequer. Eu sei. Tu também. Agora que aqui estou, olha-me nos olhos e repete-me o que dentro de ti ecoa. Não deixes que só o suspeite ou adivinhe. Inscreve-mo ao ouvido. É para isso que existo. Para ouvir o que escondes nas pregas desse sorriso emprestado à pressa.
Espero por ti. Não me vou sem que desembrulhes o silêncio que cala tanto que tens para dizer.

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