sábado, 2 de abril de 2011

não

não me guardes para as tuas memórias. guarda-me antes agora no tempo que pode ainda ser nosso. agarra a mão que te estendo. dá-me o ombro que te peço. hoje!

não há outros tempos para nós, meu amor.

vejo teus olhos perdidos, as palavras soltas em debandada e a correria desajeitada pelos lugares que temos ainda por fazer. uma pressa desmedida de quem nada pode deixar por fazer.

e um abraço a pedir colo no teu peito em sobressalto.

sossega, agora, comigo. deixa o tempo respirar pausadamente. que nos beije a pele deixando-lhe a sua marca sem que o pressintas. vê-me com o olhar fresco das manhãs, mesmo que às vezes orvalhado, e entardece na minha companhia.

assim não precisarás de me lembrar. porque sempre lá estarei.

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