terça-feira, 23 de julho de 2013

queres de meu o que sou


queres de meu o que sou. e não tens.
não caibo eu onde tu me queres. amarrotado de tanto me ajeitares. sou de outras viagens feito. e noutras me costuro nos vagares de alinhavos por estes dedos na cozedura dos dias.
se me queres os bordados, não me roubes as linhas. ficar-te-á o pano branco na crueza do desenho parido a meio atravessado nas mãos. e o crime denunciado. das tuas mãos cairão retalhos. que não reconstruirás. jamais.

(há caminhos onde os teus passos se fazem no jeito de seres igual ao bater agitado do teu querer. alojado em cantos a que chamas teus. casa de chave guardada em lugares de segredo de que guardas memória. só tua. fá-los)

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