domingo, 20 de junho de 2010
Mentiram-te
Mentiram-te quando disseram que te procuro.
Não procuro ninguém. Nunca o faço.
Só a mim me quero encontrar.
Dir-me-ás que é em ti que o faço.
Responder-te-ei que em tudo e todos me espalho e reconstruo.
Nunca serei inteira em ninguém se a nada mais pertencer.
Sou do ar que respiras e do vento que te afaga. Sou da terra que te embala e da noite que te traz os sonhos. Trago-te a luz das estrelas e o calor do sol que te aquece a pele. E não sou coisa nenhuma por não estar em lado algum.
Não te procuro, não. Não me procures também.
De tanto e tanta coisa ser nada de mim encontrarás.
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