quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Gosto-te


Gosto-te.

E soletra devagarinho, pausadamente, cada silaba como se a mastigasse pedaço a pedaço, saboreando-a para melhor a guardar na memória dos paladares que ainda agora ensaiara.
Ouvira-lhe a expressão, aqui, pela primeira vez. Assim, do nada. Como um beijo ou uma carícia. Um gesto, só. Um sinal que lhe permitira entrar no seu mundo.

Gosto dos búzios que me deixam ouvir os segredos do mar, da areia que me deixa seguir as tuas pegadas, do mar que me deixa sonhar viagens, das gaivotas que me fazem querer voar... de caminhar a teu lado em silêncio, das gargalhadas que soltas quando uma onda te apanha de surpresa.

Gosto-te.

Agora no ecrã do telemóvel, encurtando a distância, reaviva-se o sabor do sal e o cheiro a mar. Ecoa a sua voz. Pousa-o suavemente onde tantas vezes se sentaram a olhar o cair do dia lá onde o mar toca os limites do céu. Escreve, letra a letra, a mensagem que lhe devolve. Na areia. É a água do mar que tantas vezes os testemunhou que a pouco e pouco a virá, lambendo, levar para junto dele. Sabe.

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