domingo, 25 de dezembro de 2011

tanta gente, tanta gente!



naquele concerto
demos as mãos pelo tempo todo.
alongando-o
para além de nós.

lembro-me dos sons, marcados na pele,
vermelho sangue.
teus dedos nos meus
e o coração num ritmo igual.

fitavas-me os olhos
e a letra da música era feita
a dois.

não víamos os outros
que não sabiam de nós
sozinhos
ali
e tanto para improvisar.

depois
a noite no rosto
o silêncio no ar.

és tu que te vais

sem me levar.

tanta gente, tanta gente!

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