segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

tenho que ir



tenho que ir.
para um sítio qualquer.
longe até deste que agora sou.
apertado em tantos muros que não construí
nem nunca me apeteceram.
cansam-me as horas que caem pesadas nestes ombros que vergo.
e não quero.

é forçoso fazer das minhas pernas mais que andar.
delas o caminho que me recusam,
a arma que empunho
e ser-me
já.
carregar nas minhas mãos vazias as vontades que abandonei.
da mordaça fazer asas.
(são leves as palavras, não pertencem a ninguém).
perder-me no encontro do olhar que se cruza comigo,
por uma vez.
e desvendar-me.

tanto que passamos uns pelos outros sem nos tocarmos.

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