domingo, 11 de março de 2012

sei do que falam as vozes

sei do que falam as vozes que me pousam
nos ouvidos
embora as palavras não se deitem
em mim há muito tempo.
lembro-lhes as viagens feitas a todo os sítios
então acordados.
com os vagares a espreguiçarem
a pele que me cobria os sentidos.
e dos murmúrios
envergonhados, o coro a fazer-se grito.
como dos rubores
a chama em que pouco a pouco
me acendias.
sei do que falam e nunca me serão estranhas.

falamos com a mesma língua, beijamos
na mesma voz,
amanhecemos no mesmo alvoraçar.

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