terça-feira, 13 de março de 2012

a violinista



falei-te dela, das tardes em que o sol parava nas toalhas estendidas e nos risos dos garotos em bicicletas sem pedais. dos casais sem par e meninos pela mão que pasmavam como tu ao ouvi-la tocar. e dançavam em rodopios que os deixavam tontos a cair nos braços de quem não os queria de joelhos esfolados e lágrimas a correr. dos outros em pose para dias que não esqueçam e a máquina que pesa a gelar os momentos.
falei-te de tanta coisa e tudo me ouvias. num tempo que já passou.
sabes que ainda toca no mesmo jardim? e carrega nos bolsos duma saia mágica mil segredos que desvenda aos bocadinhos. e os miúdos juntam-se a pouco e pouco animados pela música à espera do que pode acontecer. de vez em quando salta sem qualquer aviso dum bolso flor ou dum bolso borboleta, ninguém o pode saber, uma qualquer surpresa que lhes desponta estrelas no olhar.
é aí que te encontro de novo. nesse firmamento onde o espanto acontece.
e tudo é novo outra vez.

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