sexta-feira, 30 de março de 2012

tudo dorme

parece-me às vezes que tudo dorme, esquecido. mesmo nas horas claras de fazer dias a troco de braços e de pernas ainda frescas das noites agora guardadas. para mais logo ao abrir das estrelas e ao cair da lua. como vier, mesmo que de quarto feita ou de meia ainda. só nesse manto já de preto e não de luto, se escondem as fadigas e as coisas por acabar. até lá nada pode ficar debaixo de nenhum tapete pela preguiça das pálpebras que se fecham em horas antecipadas no devaneio dos sonos que tanto tempo terão para fazer. um dia que virá longe. diz quem sabe, batendo sete vezes na madeira e atirando sal para trás das costas, não vá um gato preto aparecer e uma escada interromper a passagem.
talvez não durma quem eu penso e é no meu sonho que afinal tudo acontece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário