terça-feira, 24 de setembro de 2013

esta casa não é minha


não me atam os pulsos as algemas que me prendiam ao tempo. e os muros onde as janelas se abriam escancararam-se ao frio das ruas. onde os passos me levam cai o corpo. quando nada mais lhe apetece. por nada ter. e aos olhos de todos deito-me cego de tudo me ausentar. faço desta casa alheia o metro e meio do que sou. abrigado do que me deixam. ao abandono do que não querem mais. como eu. resto de tudo. inútil até que me suma do desconforto de quem passa. que esta casa não é minha.

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