Diz-me meu amor o que fazemos dos nossos beijos, onde os podemos guardar?
Na memória que deles tenho sobram-me imprecisões. Restam fantasmas que se dissipam nas sombras do esquecimento.
Lembro-me de ter vontade deles e de como eles se faziam noutros beijos.
Carícias a beberem-se sôfregas nos teus lábios. Como se não houvesse mais tempo e todos eles fossem os últimos. Num chegar que se fazia despedida ainda ali.
E agora, que fazemos deles se tanto nos apetecem? Para estarem vivos nas memórias que a ausência nos obriga a fazer. Que sítio mágico os pode deixar pousar em nossos lábios quando a vontade se acende?
Meu amor, tanto longe faz-nos mal.
No deserto árido que se ergue entre nós não se mata a sede que tenho dos teus beijos.
O vento Suão leva-os para distâncias que não alcançamos e morremos um pouco no desejo de os trocar.
Embarco então nas tempestades que tanta saudade me traz e vou à tua procura. Haverá um país qualquer em que o passado se faz presente e os nossos beijos são sempre cedo.
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