domingo, 9 de maio de 2010

No abraço

Já fazia algum tempo desde que o sol lhe lambera a cara. Parecia estar calmo, mais descansado até. Na verdade acomodara-se melhor quando sentiu o calor que vinha daquela luz. Voltara-se para o outro lado deixando-a livre do abraço que a mantivera junto a ele toda a noite.

Hesitou em levantar-se com medo de o despertar. Deixou-se ficar mais um tempo. Foi a campainha da porta que a fez levantar. Ainda ensonada, vestiu um robe e foi ver quem era antes que o acordassem com mais toques. Na porta, não estava ninguém. Brincadeiras de miúdos, pensou.

Quando voltou ao quarto não o viu deitado. Ouviu a água do chuveiro a correr.
Deixou-o estar. Ocupou a outra casa de banho e arranjou-se rapidamente. Queria estar bem quando se encontrassem.

Voltou ao quarto em silêncio. Queria surpreendê-lo. Não o viu de imediato mas um embrulho em cima da cama desfeita despertou-lhe a atenção. Era um embrulho pequenino. Perguntou-se de onde teria ele vindo e aproximou-se. Foi quando sentiu os braços dele à sua volta. Voltou-se para ele com ar interrogativo. Ele sorriu-lhe. Sim, meu amor, é o que pensas. É tempo de te pedir que continues comigo para sempre.
Duas lágrimas assomaram aos seus olhos. De felicidade.
E foi no abraço que então fizeram que o amor se celebrou.

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