domingo, 2 de outubro de 2011

Sou

Sou a que através dos tempos permanece no nome das coisas
o sabor que conheces sem ter provado
a manhã que te acorda sem saberes do sol
sou o amor que sentes no arrepio que te corre o corpo
e no bater descompassado do teu coração a galope
nas planícies da paixão.

Ainda carrego comigo as memórias
que nunca te pertenceram
e vasculhas com o espanto
que te dou de mãos estendidas. Sou.

Trago-te oferendas antigas. E o dom de as fazeres novas.
És o corpo, caixa, cofre, tesouro. Meu.

Minha nave, barco efémero,
A quem tudo darei e nada peço.

Viajante. Pudesse eu para sempre
navegar só em ti. Pudesse.

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