sexta-feira, 25 de novembro de 2011

dar a mão

da palavra não sei. nem quero saber. só do pão que me falta e da sede que tenho.
dos dias em que me despeço adiando derrotas de batalhas perdidas. guerreiro que sou sem armadura envergada. de peito aberto ao frio e ao lume deste sol que me abrasa, são os rostos virados, as mãos pendentes que desferem os golpes que trago traçados nas gelhas do corpo. pausa a pausa aquieto a tormenta que me despedaça as entranhas.
trago sonhos embrulhados em trouxas de pano desfeito, puído, amarfanhado no lado esquerdo do peito.
e sou homem inteiro até ao fim. mesmo de rastos. meu nome será assim e numa vala qualquer ficarei até em pó me tornar. outros virão a este lugar. serei em todos homem e um dia meus sonhos não o serão. onde, não sei.
nem palavras, nem pão, nem sede, nem de sonhos precisarei. ser é quanto bastará.
e dar a mão. a outra mão.

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