sábado, 26 de novembro de 2011

não importava sequer

não tinham conta os dias nem as horas. nem importava sequer. agora era só aquele instante. e poder em granito fazê-lo. como se escultura fosse e nada a pudesse perturbar. nem o riso dos garotos, o voo dos pardais, as bolas desamparadas ou as faíscas de temporais imprevistos.
mesmo em noites escuras, com as mãos colher os momentos nos recantos polidos do tempo caído, do musgo a vestir as linhas que se escreveram da boca ansiosa com medo de se perder.
não importava sequer. corriam os olhos e toda a vontade num tempo maior. sorvia-se o ar como se fosse novo devagar como se uma luva se vestisse. um dedo de cada vez corpo adentro. e em vez de peso, leveza.
podiam partir e o dia acabar. ali acontecera a eternidade.

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