domingo, 29 de janeiro de 2012

arco-íris

sabia das cores que os risos pintavam na cara espantada de quem os ouvia. do sol que teimoso aquecia as mãos esquecidas em sombras sem luz. sabia.
e saía à rua com o vestido de flores bordado ainda que o inverno chovesse as últimas ventanias no peito arrepiado e nos lábios houvesse o sabor amargo das palavras pousadas em ausência do beijo que nunca aconteceu.
um pincel com dedos de criança picotou na cidade a margem dos dias onde corria a esperança. foi água das sedes que tinha e flor a fazer-se primavera. há lugares, longe, em que se pode ser arco-íris.

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