quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Um país

No cimo da avenida estava um país a afundar-se.

Ao lado de chapéus fechados no intervalo das pingas a enxugarem-se no sol os risos e a música dos rádios nas colchas deitadas na relva. E lanches, variados dentro de cestas de palha. Miúdos em correrias a atropelarem bicicletas em ziguezagues mortais. Gente de papo ao ar e livros de costas no chão. Não faltavam namorados nem bancos cheios de velhos. E caminhos com poças de água que todos fingiam ignorar. Fazia sol num dia de não fazer. O tempo era curto para o que tinha que se correr.

Amanhã talvez chovesse e o país fosse ao fundo.

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