terça-feira, 24 de janeiro de 2012

tua outra vez

marcados na pele, os teus passos pequenos que de mão estendida me deste a saber em doce balanço. no vento trouxeste a voz que em mim pôs o riso a falar. de anel em anel vestiste-me os dedos em ternuras bordadas no ninho do teu abraço.
sabia de ti pelas primaveras em bicos de pássaros de asas cansadas. e vestia-me de cor com o perfume da saudade que te tinha. cantavam-me ao ouvido nas noites estreladas as histórias de quando não estavas. e eu deixava que não estivesses para depois ficares. por muito tempo.
fazias então, crescer os dias e eu os frutos que na tua boca mordias. mais tarde, os ventos despiam-me para ti. em tapetes feitos de quanto deixei fazias bailados para me seduzir. era de branco que me cobrias e eu era tua outra vez.

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