segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Quanto?

Quanto de mim é aquilo que sou?
Quanto de mim o que mostro e julgam saber?
Quanto?

(Quanto fica por fazer nos apetites e vontades refreados?
Quanto terei deixado de dizer, quantas palavras secaram ou escolheram abrigo dentro de mim?)

Sei que sou também o que não mostro. E muito mais o que não vêem.
E entre tanto que se perde entre tu e mim fica muito daquilo que sou!

Mas sei também que em mim há um mundo de gente que fez de mim o que sou.
E quando os dias passam e as noites embalam meus sonhos cresce em mim outra pessoa entre as pessoas que afinal sou eu.

Serei então a soma do que vivo a par com outros e do que de mim escorre e se mistura aí.

Sou então parte da parte que depositaste em mim. E nas palavras que digo está tanto quanto me disseste. E quando estendo as mãos e percorro caminhos és tu que me acompanhas.

Talvez não importe o quanto de mim é meu. Importa,sim,que estás em mim.

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